
Ao ter sido proposto trabalhar o tema:”A escola face à dislexia”, na disciplina Dificuldades de Aprendizagem, foi opção realizar um trabalho com uma valência prática que pudesse constituir um suporte e uma ferramenta de trabalho àqueles que diariamente se confrontam com alunos com dislexia no contexto de sala de aula.
Se analisarmos o termo “dislexia”, descobre-se uma primeira noção básica do seu significado. Assim, o termo “dys” significa imperfeito, disfunção; e “lexia”, que vem do grego e significa palavra, no seu sentido mais amplo, ou linguagem no seu sentido mais abrangente.
Segundo M.ª Celeste S. L. Sousa Lopes pode-se dizer que “a dislexia é um problema específico da leitura, que tem como causa genérica uma perturbação na descodificação da linguagem escrita, apresentada por crianças sem problemas físicos ou psicológicos e com um coeficiente de inteligência normal.”
Já há muito tempo que os profissionais da educação se defrontam com o aparecimento de alunos, nas suas turmas, com níveis de inteligência normais ou até mesmo, acima da média, que, não tendo carências de tipo sociocultural, distúrbios emocionais e até tendo um desenvolvimento normal nas outras áreas, evidenciam problemas específicos de leitura e de escrita.
Os professores, que fazem parte de uma escola, muitas vezes não se apercebem da natureza deste problema e, por não os tomarem em linha de conta na fase inicial, ou por não terem sido sensibilizados na sua formação, tendem a não intervir da forma mais adequada.
A criança disléxica não é deficiente, apenas aprende num ritmo diferente e, como tal, precisa que
a escola adeqúe as suas práticas educativas às suas características e especificidades.
O papel do professor e da escola pode ser um factor decisivo para a diminuição do insucesso destes alunos, ao nível da leitura e da escrita, se todos estiverem informados e formados para lidar com esta temática.
Face ao exposto, pretende-se com este trabalho apresentar sugestões de exercícios práticos e específicos, aplicáveis a alunos do 1º Ciclo do Ensino Básico, no sentido de desenvolver as áreas instrumentais que se apresentem em défice, assim como fichas de consolidação que permitem ao aluno e ao professor aferir dos conhecimento/aprendizagens adquiridas, para desta forma, adequar a resposta educativa. Estas actividades têm em vista o desenvolvimento das áreas de percepção e memória auditiva e visual, o da lateralidade e orientação espacial e da leitura-escrita.
Com o intuito de transmitir alguns conhecimentos aos pais, foi também elaborado um panfleto.